sábado, 13 de novembro de 2010

Pombas! - 2/?

Lá ia eu, em algum lugar do meu passado, andando brejeira na rua. Já não gostava de pombos (remonta ao início da vendetta, fica para outra vez) quando avisto uma reunião deles. Continuo caminhando, sem neurose (que passado feliz), quando vem um homem correndo em minha direção. Ou melhor pior, em direção aos pombos.

Foda-se o homem que odeio internamente até hoje mas aqueles pombos filhos da puta (não posso me conter, meu sangue ferve ao lembrar) voaram desesperados contradizendo a física de seus corpos gordos, e um deles, ai meu deux, que filho da puta, voou em minha direção.

Além daquele barulho do farfalhar de asas mais arrulhos e aquela cena agitada com o homem grrrr e as pombas voando loucas, tudo em questão de segundos, visualizo uma ave voando baixo, na altura da minha cara, vindo em minha direção.

Pára. Parou, à la João Kléber. Deixa eu me reconstituir aqui porque esse evento é traumático.

Pronto.

Previously on...
Barulho, pombas nojentas, homem burro, ave na altura da cara, na minha direção.

Vou jurar uma coisa aqui: sabe aquela cena ridícula do Top Gang com um frango, galinha, sei lá que porra voando em direção à câmera? De frentinha? Foi aquela cena que eu vi. Naquele milisegundo eu vi a cara da pomba, de frente, em direção ao meu rosto. Eu vi o bico, vi tudo. Só deu tempo de virar a cabeça.

Arrrrrrghhhh!

A asa bateu no meu rosto, bleaaaargh!!

Aquela ave nojenta tocou o meu rosto! Puta merda! E se eu não virasse, ia bater tudo de frente, na minha boca, nariz, olho... aaaarghh!

Bateu na bocheha. Já foi ruim o suficiente.

Mas sabe o que é ainda pior que isso? Hoje eu sou um show à parte quando na frente de pombas. Eu danço, abaixo, protejo a cabeça, o rosto. Na frente de quem for, do lado de quem seja.

Enfim, hoje possuo esse tique graças às pombas. Tenho ataques frenéticos por causa delas. E estou passando a nóia para a minha filha.

A tática é sempre a mesma criatividade zero: ameaçam voando em minha direção e no último segundo mudam de direção, como que para fazer-me passar por insana.

Essas pragas estão contra mim. E têm até bemfeitor?: o jesus mendigo do olho azul. O cara que alimenta as pombas que esperam prá me pegar lá fora depois da aula, digo, quando vou buscar minha filha na escola.

O jesus mendigo do olho azul é um capítulo à parte.

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