quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Série: Outsourced (ooowwwnnn)

Amigos que gostam de séries: recomendo fortemente Outsourced, que passa na Warner.

Aqui vai o link para baixar todos os episódios. Infelizmente só tem essa temporada (acusações de racismo, que não vi, mas como não sou indiana... não darei pitaco). http://fileserve.com/list/gBQhA7b

Outsourced é uma série fala da terceirização de um call center de venda de produtos tipicamente americanos, que muda dos EUA para a India (ok, isso não impressiona muito).

Para gerenciar os novos funcionários e ensiná-los sobre os produtos, que não fazem nenhum sentido para eles, um gerente americano é destacado para viver na India, onde entra em colisão seus costumes yankees versus os costumes indianos.

Pessoas lindas e não loiras fazem parte do elenco, trazendo uma certa novidade aos nossos olhinhos viciados em estadunidenses. Personagens carismáticos, leveza e humor são a chave para ao término sentir-se alegre. E sotaque é o toque especial.


Sobre o choque cultural, (vou dar meu pitaco, não resisto) acho que exploram muito comicamente e ingenuamente as diferenças, e inclusive enfatizam a ignorância americana a todos os costumes e fatos que não fazem parte de sua cultura. Nesse sentido, as referências à India no The Big Bang Theory são muito mais agressivas.

Enfim, ótimo entretenimento. Acho que também passa na Record, porém dublado. Não recomendo porque faz perder muito a graça, já que um dos elementos mais deliciosos da série é o sotaque.

Se assistirem me contem o que acharam!

PS - Chorei.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Barbatapa na cara + Dica de hospedagem de gifs animados

Sabe, não posto os tais dos gifs (que eu aaaamo, miguxos!) porque nenhuma hospedagem aceita os gifs animados (gratuitamente, claro, porque pagando...).

Maaaas, descobri uma, que espero que não desativem só porque eu falei, TinyPic.

Mais simples impossível: escolha a imagem vasculhando no seu computador e clique em apocalipse upload now. Prove que não é um robô disfarçado de humano e voilà!

O padrão é "imagem". Mas têm aquelas caixinhas de seleção e você pode escolher também entre "video" e "url". Têm também opções de redimensionamento. Na dúvida, deixe default mesmo.

Aceita imagens nas extensões básicas: jpg, gif (animados também), png ou bmp.

Gera links de vídeos de até 100 Mb ou até 5 minutos, nas seguintes extensões: 3g2, 3gp, 3gp2, 3gpp, 3p, asf, avi, divx, dv, dvx, flv, moov, mov, mp4, mpeg4, mpg4, mpe, mpeg, mpg, qt, wmv, xvid, rm

E, por fim, um barbaptapa na cara da sociedade (foda-se a polícia dos memes (memês, como diria alguém)).

Image and video hosting by TinyPic

A dica de hospedagem partiu do Visual Dicas, onde destrincham o site. Clique aqui para ver todas as funcionalidades detalhadas tim tim por tim tim.

E agora:
Image and video hosting by TinyPic
"Tchaúúúúl"

O Roubo do Enfeite de Natal

Analisarei os próximos movimentos. Mas em princípio estou assistindo a uma negação.

Contei uma estória pra Sofia: disse que quando ela era bebê, eu roubei um papai noel da árvore dos zeladores, com quem tenho uma rixa, comatosa no momento. Disse que peguei um enfeitezinho e coloquei na nossa árvore, assim, por bagunça.
Objeto do roubo: um enfeite mais horroroso que esse.

É verdade. Não é o tipo de coisa para contar à cria, mas me empolguei, sacumé. É, não é o tipo de coisa de um adulto sério, mas sacumé, né?

O ponto: uns dias após a infeliz confissão larápica ela veio falar da estória, mas nela eu pegava um papai noel da nossa árvore e colocava na dos zeladores!

Apesar de internamente grata senti que era meu dever retificar a estória, e cheia de ressalvas, disse que eu havia pego o enfeite deles e não dado um dos nossos.

Mais alguns dias e, puf, de novo ela inverteu o meu conto de natal.

Vocês não conhecem minha filha, mas desde sempre ela tem uma memória invejável, MESMO, lembra de coisas de dois anos atrás, que nós adultos fazemos força para lembrar. O fato dela distorcer o ocorrido é incrível, impossível de passar despercebido.

Aparentemente ainda estou acima do bem e do mal, mesmo no caso do roubo do enfeite de natal.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

A mamãe diz: "Lápis 'cor de pele' não existe"

Esses dias a Sofia repetiu uma lição que dei há um tempo, da série "A mamãe diz".

Fiquei feliz por ela ter fixado o conceito. Talvez com sua delicadeza infantil ela possa, quem sabe, difundi-lo no meio infantil.

Sempre tive nóia do 'lápis cor de pele'. Quando era criança, não entendia porque caralhos aquilo era cor de pele. Era rosa, um rosa esmaecido, quase triste, quase não deixava marcas no papel. Um lápis chato. Com um conceito ininteligível: "cor de pele".

O famigerado. "Cor de pele" de quem, cara pálida?

Eu via várias cores de pele. Até então no meu mundinho pele era de pessoa, e era pele. Acho que nem pensava em "pele" de bicho. E aquela cor não representava a minha pele. Então do que sou coberta? Não é pele? Não tem cor de pele!

Então, o dia que a Sofia veio com o lápis cor de pele, tudo veio à tona e numa tranquila, numa nice, numa boa, fiz com que ela questionasse esse conceito. Olhar a pele dela, a minha, do pai, dos amigos e ver se existia apenas uma cor de pele.

Ela voltar meses depois falando do conceito incorreto do lápis, com a propriedade de quem internalizou uma boa ideia, não teve preço.

Não sei se é onde começa de fato, mas o preconceito passa pela linguagem como um furacão e dispõe ideias fechadas e duras, difíceis de se livrar. Onde pudermos começar a quebrá-lo está bem.

Ah, finalizava, mas lembrei de outra coisa que só pensei depois de adulta, porque ainda não se chamava dessa forma babaca. Antes era "creme", "cor de burro quando foge", sei lá, mas não era "nude". Devia ser também o famigerado "cor de pele".

Man@s, se eu puser uma porra de vestido nude não vou parecer nude nem aqui nem na China. Uma mulher mais negra que eu de nude? Poupem-me.

"Nude". Nem aproximadamente.


Se isso não é uma ideia com um péssimo conceito por trás, não sei o que é. É até não reparado por muitos, ou negado veementemente por outros ou ainda apontado como "perseguição" por acéfalos, porém está ali.

Não estou dizendo que pregam o racismo declarado, mas pregam um conceito violentamente excludente, que não deixa de fazer seu mal e em conjunto com outras ideias poucos louváveis poderá transformar-se em preconceito.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Músicas_Nóias 1 - My Sharona

Todo mundo sabe, e quem não sabe vai saber nos próximos segundos se continuar lendo, que eu coleciono covers de algumas músicas específicas.

São músicas que eu gosto muito por um motivo ou outro, no mais puro estilo eclético, contradições mesmo.

A primeira música da série "Músicas_Nóias" (nome da pasta onde elas residem desde que a mania se estabeleceu, em 2004) é My Sharona do The Knacks.



O cover da vez é do Leningrad Cowboys.
Parece mais engraçadinho. Não ouvi mais nada deles.


E um bônus dos Simpsons, que foi onde redescobri esse som:


Para quem quiser baixar o original do The Knack ou a versão cover do Leningrad Cowboys, é só clicar.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Suficiente

Quero dedicar um texto mais longo ao Instituto Lohan, que certamente marcou meu ano de uma forma altamente positiva.

Mas hoje só quero dizer que gosto muito de estar lá. Sinto-me realmente bem, pertencente, ou melhor, sinto que lá é um lugar onde há vaga para mim se eu quiser fazer parte. E que depende de mim e do meu esforço para que a sequência se inicie.


E é também onde eu sinto que o que eu posso fazer é suficientemente bom. Não o desempenho em si, mas o fato de ser tudo o que eu posso fazer.

A ignorância ser aceita, reconhecida como parte do caminho do aprendizado e não como uma falha, como se tudo já tivesse que estar internalizado e compreendido, é um anseio satisfeito. Sou aluna, gosto de ser aluna, quero mesmo sempre aprender.

Sinto-me feliz lá. E depois de ter estado lá. E achei que isso era mesmo uma definição de um momento de felicidade: "quando tudo o que você pode fazer é o suficiente". 

E esse é apenas, APENAS, veja bem, um dos benefícios de frequentar o Lohan. Agradeço imensamente essa oportunidade de aprender.

Dos inimigos femininos (ou Um d'Os inimigos humanos): Os estereótipos

Nada mais injusto do que perder o início mesmo estando presente. Talvez não 'nada maaaais', mas é injusto.

(Uma das imagens que recebi foi a de uma platéia que já decorou o espetáculo, que antevê cada movimento e fala, e já sabe a constituição definida do caráter contido na personagem, previamente definida pelo autor.)

É assim que sinto o estereótipo. É por uma rápida análise o meu espectador comportar-se como a platéia da minha imagem, mas sem nunca ter visto o espetáculo. E errando miseravelmente.

Acontece com todos, têm de todos os tipos, é uma luta vencê-los, e essa é uma luta boa de lutar todos os dias. Pesada sim - alguns dos estereótipos podem ser realmente perturbadores - mas por necessária e com condições para, uma boa luta, com uma boa finalidade.

Não vou listar nenhum tipo de estereótipo bizarro, para a infelicidade de alguns deleitosos do gênero. Mas é fato que a existência deles tolhe a liberdade de expressão.

O próprio indivíduo não se sente a vontade para misturar os tipos existentes, ditos não 'casáveis', temendo formar-se um frankenstein social e não pertencer a grupo algum (o que realmente acontece).

Imagem cedida gentilmente pelo artista, Blake  Behrens. Thanks, Blake! 

O engraçado é que, a meu ver, esses seres híbridos acabam encontrando-se, porém realmente não formando grupo algum mas relacionando-se de forma individual.

E aí, chegando a uma questão de análise por gênero, acredito que nós mulheres soframos muito mais os efeitos do estereótipo que os machos, uma vez que eles esbarram na questão de direitos individuais e liberdades não concedidas. O uso do estereótipo é feito para justificar até a violência sexual (acredito também que possa acontecer com homens e mulheres homossexuais num ambiente de predominante machismo), o que é gravíssimo. Eis um bom porquê do estereótipo ser um grande inimigo.

Num âmbito menor,  chegamos à lenda da mulher ser pior condutora. Que gostaria de estar dizendo aqui que isso é um saco, que eu dirijo pra caralho, e que posso atestar ser mentira. Na prática, "dar aquela lutadinha".

Mas aí, juro, a primeira coisa que senti quando porrei o carro foi que estava prestando um desserviço à classe. E o choro sequencial, ainda outro. E a manha ao dizer que não queria nunca mais brincar daquilo dirigir novamente, mais um.

No momento do ocorrido, a sensação que tive foi como se eu tivesse dado ré jogando Daytona. Porque não tem ré, rá. Então quando foi indo, indo, aumentando a velocidade, e eu pisando em tudo quanto é porra naquele buraco lá embaixo, eu não conseguia acreditar. Minha mente recusava-se a processar aquela cena indizível. Indizível. Algo sob meu controle saindo totalmente do meu controle. Fisicamente acontecendo!

Não sei, sinceramente, se depois do estrondo eu continuei pisando em alguma coisa. Mas quando vi o estado da traseira, pensei instantaneamente num carro jogado numa máquina de compactação e saindo de lá como uma forma cúbica perfeita, à la desenho animado.

Mas registro que no mesmo dia voltei ao volante e hoje novamente e não pretendo me deixar abater. Mas por precaução não seria mal acolchoarem todos os postes enquanto eu não aprendo bem direitinho.

Às boas condutoras lutadoras, minhas sinceras desculpas, esforçar-me-ei mais.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Ops!

Andei me empolgando num blog que gosto muito.

Sabe aqueles blogs que você sempre lê, onde os posts e comentários tem a mesma importância já que o post serve como estopim para uma reflexão absurdamente ampla? Resultado impossível de conseguir só, pois são vários olhos, ouvidos e cérebros distintos contribuindo com suas percepções.

Comigo é aquela coisa do 'oh, eu tb penso isso, isso vaga em minha mente só nunca coloquei em palavras mas é o que sinto, ah!, isso eu digo e repito todo dia como um mantra, putz, nunca pensei nisso, que interessante!, caralho, que merda, uma decepção pra evolução, bicho burro da porra, hmmm, que bom... mais uma flor no meio da bosta de cavalo,' e por aí vai. E o ciclo continua sem fim (ou ad infinitum, ui).

Igual aconteceu acima, me empolguei e escrevi um comentário gigante no blog da Lola, que o publicou como guest post. É um blog que gosto muito mesmo e já recomendei até pra minha mãe. A típica coisa que as mulheres têm que ler. Sem radicalismo, a coisa aqui é posicionamento. Talvez algumas de nós ainda errem a mão, mas antes errar tentando uma imagem mais digna para a classe feminina e não apenas para si do que ser cúmplice dessa merda toda..

Porque pra mim é isso: individualmente não estou precisando dessa luta toda. Já me posiciono. Mais do que na ação, sou mentalmente posicionada, quero um dia falar sobre isso. Não sinto diferença que não as óbvias, não sinto que valho menos e considero a possibilidade dos caracteres iguais para os sexos (com a possibilidade do masculino ser um pouco mais maculado pelos milênios de absorção de um comportamento indesejável). Mas não sou idiota: eu sei que o mundo de fora não gira como meu mundo interno.

Creio em humanos bons e filhos de escrotos (tentando variar o 'filha da puta', hehehe, argumento usado para descaracterizar qualquer defesa que eu possa fazer sobre a situação feminina... apelar não é só no videogame). Faço o que bem entendo e se me acusarem um dia de inveja do pênis, retrucaria que só até o dia em que inventaram o tubo pra mijar em pé (porque, porra, mulher também mija de vez em quando!, não apenas faz xixi). Depois que inventaram os Woman Free 'da vida' vou ter inveja de pênis por que, minha gente??? Gosto de ter o que tenho. Uopa!

Inveja de urinar em pé é coisa do passado.

Bem, nessa linha de empolgação tá lá meu comentário como guest post, o que me deixou bem feliz por ser uma admiradora da autora e dos frequentadores do blog dela.

O post é sobre racismo e eu dei o meu pitaco. E nem falei lá que é fácil ser negrinha assim como eu. Que se eu acho algumas coisas ruins, nem imagino o que acham os outros mais pretos que eu, da pele mais escura.

Também não falei de como é ser marrom nessa discussão sobre preto e branco e tampouco falei como senti o fato de ser uma das únicas pessoas negras da escola, faculdade, trabalho, restaurante. Como é ser negro numa loja. Como é triste notar a percepção que outros negros assimilaram sobre si e que refletem sobre mim, que não aceito esse reflexo.

Dá pra falar pra sempre quase, infelizemente, sobre uma merda de situação que não deveria existir. Poderíamos desistir por causa disso, do não vale a pena debater. Mas vamos mudar o que sem debater, sem brigar, sem falar nem tentar influir na consciência coletiva? Vamos nos calar porque não será resolvido nessa vida?

Talvez não tenha resolução nunca, seja utópico, e o dia que essa palhaçada acabar outra tome seu lugar. Mas não nasci pra aceitar, pra ouvir calada. Mesmo que seja clichê como murros em ponta de faca vou repetir e a cada cem ajudar a transformar um. Essa é minha contribuição.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Como uma viagem

Sentada no sofá, mentalmente num lugar entre pensar em nada e divagar, recebi meus 30 anos. Não aqueles 30 que completei no dia 30, mas os trinta anos internos. Tive o pensamento óbvio de que daqui há 10 terei quarenta, serei quarentona. E então, se tiver sorte, terei chegado à metade da minha vida (que aliás só quero que continue enquanto tiver um mínimo de controle sobre mim). Metade.

Metade. O primeiro impulso foi dizer em voz alta "caralho, então vamos viver intensamente esses dez anos, como se fosse uma conta pra pagar!". Prá vocês verem como são as coisas! Para mim uma urgência são contas a pagar. Devem ser pagas, não devem e não podem ser proteladas. Não as deixamos pra trás, nunca, sob várias penalidades.

Mas nossa vida sim! Adiamos, esquecemos ou fingimos que algumas coisas não existem. Simplesmente porque o castigo não vem a cavalo. Ele vem a lesma. Ele vem no fim, quando já não há o que fazer, ou quando não há mais tempo para se fazer o que devia ter sido feito. Às vezes, montado na lesma ele chega no meio, em forma de reflexão. Cabe ao leitor encarar ou correr do castigo quando ele chega em tempo hábil. Mas se escolher correr não importa o quanto corra... lá na frente... já sabem.

E aos que encaram cabe tomarem para si o poder de transformar.

Essa minha lesminha trouxe o baque sobre o baque: primeiro a reta até os quarenta, na vibração de uma corrida 100m com barreiras. Depois, ver o que considero sério em detrimento do que realmente importa e deixo passar. (Nem ficarei divagando aqui sobre trabalhar pra viver versus viver para trabalhar mas essa tendência me assusta e fujo dela com força. )

E vocês também, a maioria, arrisco. Fazem tudo super certinho. Tudo que não importa realmente pra alma.

Tá legal, não sou hippie, nem acho que podemos viver de amor ou luz solar apenas. Temos necessidades básicas e fúteis também. Não há problema com a futilidade sem exageros: elas trazem prazer e desvincular-se delas seria algo impensável uma vez que absorvemos essas coisas como oxigênio.

Para afastar-se de tudo que não seja puramente puro (pisc) teríamos que nos transformar em seres impossibilitados de participar socialmente. E mesmo que escolhêssemos isso, mudar-se, transformar-se, é uma escolha de difícil manutenção. É diária, é a todo segundo. É estar alerta o tempo todo até a transformação consolidar-se. E ainda depois.

Não tenho essa intenção de super elevar-me espiritualmente num nível fodido (percebe-se né?). Hoje não estou aqui pensando no que poderia fazer pelos outros, aqui estou pensando no que posso fazer por mim.

Não acho que devamos ser inconsequentes na busca por prazeres da vida, e até entendo essa atitude, mas acho que devemos sim nos dedicar a buscar o que nos faz bem. Com afinco. Com o mesmo afinco que você levanta da cama de manhã e cumpre tuas obrigações.

Na continuação do pensamento do sofá fui avançando as décadas até, pum, vai chegar, o dia vai chegar e eu vou morrer. Mas isso não importa, o que importa é ter aproveitado a porra toda. A volta que dei foi essa: aproveitar sem ter dúvidas de ter aproveitado, pra chegar no dia e poder morrer sem a companhia da culpa sobre a lesma.

E nessa direção, cheguei à sensação que tenho sempre que faço uma viagem. Foi exatamente essa sensação que senti sobre a vida. Tentarei explicá-la apesar de não ser uma ideia concreta no momento em que se passa: quando chega no terceiro ou quarto dia de uma viagem de 7 dias, começo a sentir uma sensação estranha que me faz avaliar se aproveitei bem os primeiros dias.

No meio desse balanço coloco o fato de que ainda falta a metade, metade, e posso continuar aproveitando, sem paranóias sobre a quantificação do aproveitamento. Mas o sentimento já se instalou e ele libera outra coisa: a sensação de não querer que acabe mesclada com a sensação de que sei que vai acabar rápido, porque  os três primeiros dias passaram voando e foi como se eu mal os tivesse visto.

Essa sensação. De algo que está se esvaindo, que quero segurar mas é impossível. Se instalou.

Mas dessa vez a viagem é mais longa e realmente não quero que passe rápido, nem quero ficar com a sensação 'mas já?!?'.

Vivamos mais! Sempre e todo dia!

domingo, 11 de setembro de 2011

"A mamãe diz - Aula de hoje: Maquiagem"

Quem me conhece sabe que não sou dada a maquiagens. Que um dos meus temores seria que a pessoa que acordasse ao meu lado se decepcionasse ao me ver de cara limpa. Desse modo, nunca fui muito fã, prefiro encarar cruamente, literalmente.

Sem contar também que precisa ter paciência e um certo jeito para aplicar aquela massa toda. Além do que sempre me vem a mente eu suando e a massa pingando. Não. "Ah, tem à prova d'água!". Não.

Bem, recentemente resolvi adquirir apetrechos básicos de maquiagem, que se resumem a um blush e um rímel preto. Estou gostando de usar, assim, suave, não muito aparente. O pincel do blush mal encosta naquele monte de pó 'malva' (rosa pra todos os homens e também pra mim!) antes de tocar meu rosto e o rímel mal roça meus cílios porque já percebi que se passar como devo fico parecendo uma boneca insana.

Um dia desses minha filha pediu pra passar um pouco de blush antes de sair ao ver que eu estava passando. Pra agradar, e depois de repetir um mantra materno sobre criança não usar maquiagem, passei levemente o produto nas bochechas dela. Ao mirar-se no espelho, surgiu sua indignação de não estar vendo nada. E foi nessa hora que a mamãe disse seu ensinamento número um sobre maquiagens: "se der prá ver é porque passou errado".

E assim vamos difundindo as grandes verdades da humanidade.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Mais uma vez relógios...

Hoje lá estava eu atrasada novamente quando passou por minha cabeça ver as horas. Isso me lembrou automaticamente o porque escrevi a frase do post abaixo.

Meu relógio não dá as horas de graça: você tem que apertar um botão para que os números apareçam.

Uma fração de segundo antes de apertá-lo, pensei: 'pra que caralhos?'.

Porque basicamente é isso: não importa os números que aparecem no mostrador - o que importa é que já estou fodida, sempre fodida.

Nessa situação, olhar as horas só aumenta a ansiedade da impotência pelo tempo que não posso conter nem adiar.

O relógio funciona como um oráculo viciado, então é melhor não apertá-lo quando já sei a resposta.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Meu relógio

Meu relógio não diz as horas. Ele diz ‘estais fodida' em algarismos indo-arábicos.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Pra quebrar o climão...

Vou contar pra vocês, ou pro meu eu do futuro, que seja, que eu passei anos tentando descobrir que música é essa.

Eu sempre a ouvia nos momentos mais inusitados e não conseguia saber o nome. Das últimas vezes que ouvi estava no supermercado e no meio da balbúrdia que é o CompreMal é impossível ouvir dieito, captar a letra de uma frase ou qualquer coisa assim. É uma música que atualmente você poderia ouvir na Alpha FM.

Mas eu vinha colecionando recortes mentais há anos e finalmente consegui montar um pedaço de informação decente e ir ao google procurar... e depois de anos, ANOS, a-nos de busca, achei...!

Então lá vai:

Propaganda - Duel

Crônicas

Lembro quando há nem tanto tempo atrás vivia as mais diversas situações nos coletivos da vida. Sempre há de se conhecer mesmo que por poucos minutos um total estranho.

Aconteceu hoje. Não lembro de ter acontecido alguma outra situação 'tão pura' recentemente.

No metrô apertado encontrei um miraculoso canto ao lado da porta onde não atrapalharia ninguém. Ao parar na estação seguinte, o trem foi abarrotado por outras carnes como a minha, algumas mais espaçosas e outras ainda mais espaçosas, só não sendo mais por real falta de espaço. Uma observação a parte é a quantidade de gente sem noção nenhuma no mundo. Noção de espaço, no mínimo. Pulemos.

Nesse fluxo de pessoas uma garota vinha empurrada em minha direção e já a distância trocamos um olhar de empatia pura - o reconhecimento da sensação levemente embaraçosa que ela sentia misto de divertimento pela cena absurdamente ridícula que ela protagonizava, protagonizada cada vez por um de nós: ser levado pela maré nesses trens da vida (percebam a ótima analogia).

Bem, ela veio trazida pelos que a sucediam e estancou subitamente a minha frente, sorrindo. Retribuí e continuamos a viagem, em que tive que ficar de rosto virado para não tocar a ponta do nariz dela com o meu.

Nessa situação constragedora, de repente ouço-a perguntar: "você sabe se a estação Paraíso abre para esse lado?". Depois de uma olhadela rápida a nossa volta respondi apenas um "tomara" e sorri, o que foi suficiente para desencadear uma reação de riso em ambas, reação essa que naquele momento nos tornou próximas. Sem nunca termos visto uma a outra antes.

Depois de um momento de expectativa, tchãrã, é claro, a porta abria do lado oposto. Atravessamos a multidão de corpos, bolsas, mochilas e afins e saímos do vagão.

Ao sair da minhoca de metal deparei-me com outra logo a frente, e estando eternamente atrasada, piquei a mula (adoro isso, hahaha) e entrei nela.

A garota ficou para trás. Mas compartilhamos 4 minutos que seriam solitários no meio de uma multidão espantosa. Nos vimos no meio de centenas, quase milhares de rostos que passam como borrões na pressa, na sua e na dos donos dos rostos.

A gente corre tanto que não lembra sequer de um rosto estranho que vimos durante o dia, simplesmente porque não os focalizamos tempo suficiente - há exceções, obviamente.

Sabe, prá mim isso é vida, esse momento compartilhado com um estranho que se torna íntimo por uma fração de tempo ínfima da sua vida. Isso é mais, é mundo, é tudo porque é sem preconceitos, sem conceitos, sem nada, simplesmente é.

São as curtas crônicas da vida. Simples.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Megalomania

Ah, vamos além, em mais um txt...

Hoje eu tive uma epifania de uma palavra só: megalomania. Antes de ler a joça abaixo. Nem direi mais. Só leia e sinta o peso do meta, ops, da megalomania. Vai como veio:

"sempre fui cega à óbvia verdade de que a minha vaidade é achar que sei algo.

envaideço-me do meu parco saber, convenhamos, como posso ter tanto aos vinte e sete?

envaideço-me do que considero minha "força", uma auto-defesa, tanto argumentativa quanto física, se necessário. É O QUE SEMPRE PENSO, QUE VOU REAGIR COM FORÇA.

internamente é o que eu sempre faço ou penso fazer.

envaideço-me de ser um animal, reativo e relativo, rudimentar e violento.

é isso que eu sou, ou ao menos pareço exercer - ou exalar, não sei - a maior parte do tempo... um ser enraivecido, envaidecido pela pretensa sabedoria, força, animalescade (essa é minha, para mim, um presente desse dia 06/01/09).

visto isso, considerações deverão ser feitas.

grata."


Note que me dei uma palvra de presente.

Sem mais,

мудрый богиня сумасшедший

Num txt...

Putz, nem vou me estender sobre os txts, que aparentemente tornaram-se um vício forte mas desorganizado.

São dezenas, centenas espalhados pelas máquinas, sem controle algum, onipresentes. Focos de consciência registrada que podem ser levados por uma instabilidade no sistema ou algo que o valha. Uma pena. São onipresentes potentes mas não onipotentes.

Têm alguns assustadores, outros engraçados, curiosos. Tem dados importantes como senhas, números de telefone e documentos, dados leves como nomes de bandas ou músicas esperando um dia, quem sabe?!, ser ouvidas. Tem resultados de testes de internet que relidos anos depois soam incríveis, têm de tudo...

Mas vou compartilhar um dos mais singelos, que me deixou muito *insira aqui o seu ruído fofo-escroto ao ler*. O nome dele é truque street fighter.txt, o conteúdo copiado na íntegra de algum site:

"No inicio do game no momento em que começa aparecer a palavra "Capcon" e começa a musiquinha nesse instante aperte rapidamente: cima , R , baixo , L ,Y , B , X , A ( faça isso antes da musiquinha acabar )."

Nota: Não consegui. Não consegui!!!!!! Porra, era muito difícil quando era criança e ainda o é!!! (Hahahaha, nem quero pensar no que isso diz.)

sexta-feira, 8 de abril de 2011

superficialmente...

Voltei a ler o SuperficialmenteProfundo.

Nossa, como eu me expunha! O que pus aqui até hoje é ínfimo perto das sensações que descevi lá, nos últimos meses de 2002.

Li todos os posts desse final do ano em que comecei a escrever e foi incrível me ver lá, assim, e ver que aquela sou eu mesma, ainda, e que essencialmente mudei muito pouco, quase nada.

Antes a internet era mais anônima. Eu era apenas um nome num blog, nada mais que isso. De vez em quando um nome no e-mail, ou no ICQ.

Agora temos nossa cara em todos os lugares, em todas as "redes sociais". Mal termina de ler e já se quer ver o rosto da pessoa que escreveu, saber da vida dela, associar os fatos e às pessoas ao seu grupo de amigos.

Hoje não posso explicitar algumas coisas em respeito aos envolvidos. De alguma forma a liberdade diminuiu. Prá chutar o pau eu teria mesmo que escrever sob pseudônimo e nunca vincular o endereço aos meus "perfis". Esse lado é chato, gostava de falar sem ter que me esconder. Dava pra sentir que tinha o maior orgulho em ser eu. Não que não mais o sinta, mas agora olho com outros olhos pra esse tipo de peladisse (não quis 'nudez') da alma.

As palavras têm poder, delícia de clichê, e é foda, é verdade. Como eu poderia vincular as informações mais significativas da minha vida comigo mesma e jogar aos cães as pessoas que fazem parte da minha vida?

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

inho

Hoje saí rindo para almoçar e o porque era tão singelo e meigo que vale até registrar.

Em frente ao meu trabalho há a praça redonda, o lugar onde já deixei dois bifes do meu joelho ao cair do skate numa descida íngreme, num passado mais ou menos distante.

Comprei um xisburgui do mc, uma coca de 250 ml de lata, dois doces de leite e saí toda alegrinha caminhando rumo à praça redonda, para sentar num banquinho, ler meu livrinho, comer meu sanduichinho e fumar meu cigarrinho (enquando ainda posso fazê-lo).

E assim tem sido diariamente. É a hora de almoço dos sonhos.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Vulnerabilidade (a gente vê por aqui)

Passei 5 anos em Avalon. Nas brumas de Avalon. E agora resolvi deixar aquele mundo lindo e mágico entre as névoas e enfrentar a vida real aqui em Camelot, ops, São Paulo.

Na segunda feira comecei num novo emprego, coisa que eu nem lembrava mais como era.

Na minha casa em menos tempo eu trampava muito mais do que aqui o dia todo. É assim.

Domingo a noite bateu um desespero, dividido em 3 partes:
- não queria deixar minha filhinha sozinha em Avalon
- não sabia mais interagir com pessoas, ogra mesmo, ou melhor, ermitã
- medo de ser uma fraude. Explico: alguém me pedir algo básico e eu não saber fazer.

Mas na segunda, às 6 e 55, lá estava eu acordando (milagre!), me arrumando, arrumando a Sofia, fazendo café da manhã e depois levando-a à escola, para depois vir conhecer meu destino. Coidiloco.

Cheguei e a primeira tarefa foi amaciar as garotas, o que eu acho sempre mais difícil. Fui simpática (não sabia que ainda o sabia ser) e elas responderam bem ao meu comportamento. Tenho muitas dificuldades com mulheres, mas fica pra outro dia, é um assunto bem complexo.

Agora estamos no fim do expediente já da quinta feira, e até agora tudo correu bem e eu não fui desmascarada. Digo isso porque não me sinto tão segura, como normalmente costumava me sentir em qualquer trabalho, visto que de certa forma a nova profissão ainda é o que é, nova para mim. Consegui fazer o que foi pedido (não tão rápido), mas consegui.

Para mim, acostumada a comandar, dominar minha própria vida, essa vulnerabilidade é uma faca eternamente enfiada... onde? Nem sei. E poupem-me de gracinhas.

Engraçado é que refletindo agora, faz tempo que eu não dominava minha vida. Esse momento de vulnerabilidade está chegando justamente por eu estar em controle da minha vida, mandando ela para outro lugar que não meu reino de brumas. Contradições básicas.

De qualquer modo, é isso. Tudo mudou. Agora vejo o quanto mudei e o quanto permaneço igual.

Estou dando boas vindas ao mundo e espero que a recíproca seja verdadeira.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

2010 se foi (ou O ano em que virei fã do Rush)

Esse ano voou. Mesmo. Não fiz nada, ou não lembro de ter feito... só vivi.

Dentro desse "vivi" estão as coisas básicas: amei, trabalhei, cuidei e fui cuidada.

E ainda mais dentro desse viver, fiz coisas que não imaginaria fazer – ou coisas que talvez eu costume fazer numa realidade alternativa.

Vi minha filha dançar na festa de fim de ano e cantar músicas de Natal que desgosto, mas que quando saíram da boca dela viraram uma ode à beleza.

A vi dançar na festa junina, lindamente, minha pequena pupila dançarina (a única herança que tenho para ela é a dança instintiva e grandes saltos em escadarias, que ela aceitou com alegria).

Fui à escola na comemoração do dia das mães, orgulhar-me e deixá-la orgulhosa (ainda) de mim. Dançamos forró (!) juntinhas, com ela pendurada no meu pescoço, no meu colo, a pequena gorduchinha magrelinha.

Apresentamos várias músicas e músicos à ela, que tem mania de batucar com a boca (tumtumpá tumtumtumpá, tumtumtum tumtumtumpá) e já é fã do Queen, tendo Bycicle Race como sua música preferida deles no momento.

Junto com ela conheci Telephone da Lady Gaga e depois a versão do Glee, que ela preferiu à original. Dançamos muitas vezes até acabar o (meu) fôlego, fizemos versões de músicas, jogamos jogos, comemos (muito), brincamos, nos abraçamos e nos beijamos.

2010 é relativo aos últimos minutos de um sonho, em que eu vivia num lugar mágico junto com uma fadinha.

2010 vai deixar saudades. Já deixou. Basicamente estou controlando as lágrimas nesse momento. Acordar é foda.

E então, como quem não quer nada, 2010 ressuscitou algo há muito perdido, que eu pensava que nunca mais encontraria: o gosto por omeletes. Virei fã de omelete. Mas não foi só isso...

Indo por essa via, 2010 trouxe uma surpresa ainda maior: eu era fã de Rush e não sabia. Ok, conhecia uns hits, mas depois que assisti um documentário no Multishow sobre o Rush, virei "fã" automaticamente, e segundo eu mesma,  mesmo que nunca mais ouvisse um som dos felas, seria fã, FÃ.

O documentário exibia as músicas traduzidas (amei essas letras) e assim fui tocada pelo Neil (íntima) e consequentemente pelo Geddy Lee e pelo loirinho (coitado, nem me dei o trabalho de guardar o nome dele).

E assim começou a jornada em busca de sons que levaram-me à Villa Strangiata e YYZ, que descobri já ter ouvido antes com o Dream Theater. E no meio dessa porra toda, descobri o som embala minha vida desde então: Secret Touch. Você pode ouvir aqui.

É lógico que o ano não teve só coisas boas. Mas o que é ruim não adianta guardar.

postagem teste (via-email)

Oi, será que foi?

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Abandono

Quero escrever aqui, mas ando na missão nerd de gravar em outro hd o meu passado em arquivos. Sabe? Mas eu quero escrever.