quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Vulnerabilidade (a gente vê por aqui)

Passei 5 anos em Avalon. Nas brumas de Avalon. E agora resolvi deixar aquele mundo lindo e mágico entre as névoas e enfrentar a vida real aqui em Camelot, ops, São Paulo.

Na segunda feira comecei num novo emprego, coisa que eu nem lembrava mais como era.

Na minha casa em menos tempo eu trampava muito mais do que aqui o dia todo. É assim.

Domingo a noite bateu um desespero, dividido em 3 partes:
- não queria deixar minha filhinha sozinha em Avalon
- não sabia mais interagir com pessoas, ogra mesmo, ou melhor, ermitã
- medo de ser uma fraude. Explico: alguém me pedir algo básico e eu não saber fazer.

Mas na segunda, às 6 e 55, lá estava eu acordando (milagre!), me arrumando, arrumando a Sofia, fazendo café da manhã e depois levando-a à escola, para depois vir conhecer meu destino. Coidiloco.

Cheguei e a primeira tarefa foi amaciar as garotas, o que eu acho sempre mais difícil. Fui simpática (não sabia que ainda o sabia ser) e elas responderam bem ao meu comportamento. Tenho muitas dificuldades com mulheres, mas fica pra outro dia, é um assunto bem complexo.

Agora estamos no fim do expediente já da quinta feira, e até agora tudo correu bem e eu não fui desmascarada. Digo isso porque não me sinto tão segura, como normalmente costumava me sentir em qualquer trabalho, visto que de certa forma a nova profissão ainda é o que é, nova para mim. Consegui fazer o que foi pedido (não tão rápido), mas consegui.

Para mim, acostumada a comandar, dominar minha própria vida, essa vulnerabilidade é uma faca eternamente enfiada... onde? Nem sei. E poupem-me de gracinhas.

Engraçado é que refletindo agora, faz tempo que eu não dominava minha vida. Esse momento de vulnerabilidade está chegando justamente por eu estar em controle da minha vida, mandando ela para outro lugar que não meu reino de brumas. Contradições básicas.

De qualquer modo, é isso. Tudo mudou. Agora vejo o quanto mudei e o quanto permaneço igual.

Estou dando boas vindas ao mundo e espero que a recíproca seja verdadeira.

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