quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Dos inimigos femininos (ou Um d'Os inimigos humanos): Os estereótipos

Nada mais injusto do que perder o início mesmo estando presente. Talvez não 'nada maaaais', mas é injusto.

(Uma das imagens que recebi foi a de uma platéia que já decorou o espetáculo, que antevê cada movimento e fala, e já sabe a constituição definida do caráter contido na personagem, previamente definida pelo autor.)

É assim que sinto o estereótipo. É por uma rápida análise o meu espectador comportar-se como a platéia da minha imagem, mas sem nunca ter visto o espetáculo. E errando miseravelmente.

Acontece com todos, têm de todos os tipos, é uma luta vencê-los, e essa é uma luta boa de lutar todos os dias. Pesada sim - alguns dos estereótipos podem ser realmente perturbadores - mas por necessária e com condições para, uma boa luta, com uma boa finalidade.

Não vou listar nenhum tipo de estereótipo bizarro, para a infelicidade de alguns deleitosos do gênero. Mas é fato que a existência deles tolhe a liberdade de expressão.

O próprio indivíduo não se sente a vontade para misturar os tipos existentes, ditos não 'casáveis', temendo formar-se um frankenstein social e não pertencer a grupo algum (o que realmente acontece).

Imagem cedida gentilmente pelo artista, Blake  Behrens. Thanks, Blake! 

O engraçado é que, a meu ver, esses seres híbridos acabam encontrando-se, porém realmente não formando grupo algum mas relacionando-se de forma individual.

E aí, chegando a uma questão de análise por gênero, acredito que nós mulheres soframos muito mais os efeitos do estereótipo que os machos, uma vez que eles esbarram na questão de direitos individuais e liberdades não concedidas. O uso do estereótipo é feito para justificar até a violência sexual (acredito também que possa acontecer com homens e mulheres homossexuais num ambiente de predominante machismo), o que é gravíssimo. Eis um bom porquê do estereótipo ser um grande inimigo.

Num âmbito menor,  chegamos à lenda da mulher ser pior condutora. Que gostaria de estar dizendo aqui que isso é um saco, que eu dirijo pra caralho, e que posso atestar ser mentira. Na prática, "dar aquela lutadinha".

Mas aí, juro, a primeira coisa que senti quando porrei o carro foi que estava prestando um desserviço à classe. E o choro sequencial, ainda outro. E a manha ao dizer que não queria nunca mais brincar daquilo dirigir novamente, mais um.

No momento do ocorrido, a sensação que tive foi como se eu tivesse dado ré jogando Daytona. Porque não tem ré, rá. Então quando foi indo, indo, aumentando a velocidade, e eu pisando em tudo quanto é porra naquele buraco lá embaixo, eu não conseguia acreditar. Minha mente recusava-se a processar aquela cena indizível. Indizível. Algo sob meu controle saindo totalmente do meu controle. Fisicamente acontecendo!

Não sei, sinceramente, se depois do estrondo eu continuei pisando em alguma coisa. Mas quando vi o estado da traseira, pensei instantaneamente num carro jogado numa máquina de compactação e saindo de lá como uma forma cúbica perfeita, à la desenho animado.

Mas registro que no mesmo dia voltei ao volante e hoje novamente e não pretendo me deixar abater. Mas por precaução não seria mal acolchoarem todos os postes enquanto eu não aprendo bem direitinho.

Às boas condutoras lutadoras, minhas sinceras desculpas, esforçar-me-ei mais.

Um comentário:

  1. Parabéns, Mariana.
    Como o nome daquele filme: Retroceder nunca, render-se jamais.

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